Segundo dia do encontro de escritores para estudar e discutir Folhas de Relva, de Walt Whitman. Eu estava ali pela segunda vez, no meu segundo dia e me faltariam ainda mais três dias. Abandono a sala de estudos. Estou de saco cheio. Rumo para a rua à procura de um bar.
New York 17:00.
New York 17:00.
Peço um Jack Daniel. Abro Folhas... Para continuar a terceira releitura e começo no verso "...." (...). Meto o uísque pra dentro e em seguida peço outro, e peço outro e vou lendo Whitman com uma rapidez assustadora.
New York, 17:40.
New York, 17:40.
Ouço uma voz de mulher com sotaque hispânico atrás de mim, hei velho babaca, vai entrar pela noite lendo a porra desse livro?, olho pra trás e vejo uma mulher dos seus 28 ou 30 anos, bonita, boca larga e carnuda, cabelos pretos e muito curtos (esse cabelo muito curto com a nuca totalmente nua me excitou muito), não tem nada melhor para fazer?, continuou ela.
Sentei-me à sua mesa. Ela tinha uns peitos grandes e pareciam bem duros, do jeito que eu gosto, e suas coxas também eram grossas, o que pude observar pelo vestido muito curto com as pernas cruzadas. Martha era o seu nome.
Perguntou-me o que eu lia, eu lhe mostrei o livro e a fotografia de Whitman, e ela disse, velho babaca com essa barba imunda, eu disse que nem Whitman nem eu éramos babacas, mas a barba dele é imunda, disse ela, e eu disse, que isso não me interessava, que o que me interessava era a poesia dele e os peitos e as coxas dela, e ela riu muito quando eu disse isso e eu ri também e ela enfiou suas mãos entre meus cabelos brancos e puxou a minha cabeça e nos beijamos como apaixonados e bebemos todo o uísque e pedimos mais uísques e Martha falou que estava vivendo uma fase de tédio, e eu vi que a minha fase não estava muito diferente da dela. E falamos das nossas aflições e vimos que seguíamos os nossos dia a dia naquela mesma coisa que não era outra que não ela mesma. Estávamos bem aquecidos pelos uísques. Nos beijamos, nos apalpamos desesperadamente.
Aeroporto de Newark, NY, 20:55.
Sentei-me à sua mesa. Ela tinha uns peitos grandes e pareciam bem duros, do jeito que eu gosto, e suas coxas também eram grossas, o que pude observar pelo vestido muito curto com as pernas cruzadas. Martha era o seu nome.
Perguntou-me o que eu lia, eu lhe mostrei o livro e a fotografia de Whitman, e ela disse, velho babaca com essa barba imunda, eu disse que nem Whitman nem eu éramos babacas, mas a barba dele é imunda, disse ela, e eu disse, que isso não me interessava, que o que me interessava era a poesia dele e os peitos e as coxas dela, e ela riu muito quando eu disse isso e eu ri também e ela enfiou suas mãos entre meus cabelos brancos e puxou a minha cabeça e nos beijamos como apaixonados e bebemos todo o uísque e pedimos mais uísques e Martha falou que estava vivendo uma fase de tédio, e eu vi que a minha fase não estava muito diferente da dela. E falamos das nossas aflições e vimos que seguíamos os nossos dia a dia naquela mesma coisa que não era outra que não ela mesma. Estávamos bem aquecidos pelos uísques. Nos beijamos, nos apalpamos desesperadamente.
Aeroporto de Newark, NY, 20:55.
Troquei a barba branca e longa de Whitman pelo cabelo preto e curto de Martha.
Estamos bêbados aos beijos entre promessas de amor voando para a Flórida, Miami.
Flórida, Miami Beach, 01:10
Estamos bêbados aos beijos entre promessas de amor voando para a Flórida, Miami.
Flórida, Miami Beach, 01:10
Estamos feitos animais enlouquecidos transando num hotel. O sol e o mar de Miami Beach, mudou o sentido do nosso espírito. Uma noite fomos para Little Havana e dançamos muita música caribenha e bebemos muito rum.
Foram dias bêbados; se amando e vivendo.
Faço uma dedicatória em Folhas e o ofereço a Martha, que aperta a foto de Whitman contra o peito, beija-o e depois me beija.
Aeroporto Internacional de Miami, 11:45.
Foram dias bêbados; se amando e vivendo.
Faço uma dedicatória em Folhas e o ofereço a Martha, que aperta a foto de Whitman contra o peito, beija-o e depois me beija.
Aeroporto Internacional de Miami, 11:45.
Martha, com um echarpe escondendo as marcas que deixei em seu pescoço, some pelo portão de embarque e me acena sorrindo e eu faço o mesmo para ela. Ela volta para New York e eu sigo para o meu portão para embarcar para o meu país.
Andreas Nora
New York / Miami
Andreas Nora
New York / Miami
Nov / 2014
Massa!
ResponderExcluirPoemas do Zé,
ResponderExcluirFico muito feliz e grato por você prestigiar o meu conto.
Aproveito para manifestar a admiração pelos seus poemas.
Abraço!
Andreas Nora
Caramba, Andreas! Você é muito bom!
ResponderExcluir:D