sexta-feira, 4 de março de 2016

Assim escrevi "Um Poema Para Ela", Andreas Nora, 03-03-2016


"Um Poema Para Ela", Andreas Nora, 03-03-2016

UM POEMA PARA ELA


Eu estava sentado; ela se aproximava.
Antes mesmo que ela chegasse a mim, 
Como um cão de guarda, senti o seu cheiro;
Olor único
- O seu cheiro me endoidece, leva-me à loucura,
Ao delírio, a um estado de prazer quase mórbido -.
Levantei a cabeça e olhei nos seus olhos.
Notei apreensão, desconcerto, nervosismo
- Os seus olhos me levam da inocência santificada do Amor
À paixão,
Da paixão à obsessão devassa -.
"Oi", disse ela sem jeito com a face rubra.
Levantei-me.
Beijei o seu rosto delicadamente como se a tocar um anjo.
Ela sorriu; percebi que em sua mente ocorreu,
Em alguns poucos segundos, algo tipo: um branco.
A sua discrição não deixa o seu nervosismo exposto,
Mas eu o percebia,
Creio que o mesmo se dava comigo
- Em total contenção eu disfarçava o meu desejo,
Mostrava-me casto; de fato: eu não sofria de impurezas,
Mas o meu sangue estava infiltrado de
Um anelo de prazer sensual -.
Disse para ela, sente-se.
Ela sentou-se, eu me sentei.
Olhamos um para o outro como quem espera algo;
Ela docemente desconcertada,
Eu feliz por tê-la ali, tão próxima,
Diante de mim; irradiante...
Eu disse, fala-me de você.

Ela, nervosa, ruborizou-se, sorriu, abaixou os olhos, levantou-os
Num olhar de acanhamento, recato.
Sorrimos.
- Essa sua atitude me leva
A um total estado de lubricidade.

"Falar o quê?... Não sei..."
Disse ela sorrindo, mais rubra ainda
- Tive vontade de agarrar a sua cabeça,
Espremer o seu rosto lindo e doce com as minhas mãos,
Atacar a sua boca com sofreguidão,
Mesmo que viesse a lhe pedir perdão 
Pelo meu desatino
(Mas se ela não me perdoasse
Eu morreria me castigando
Por aquela tentação;
Carregaria um peso, uma punição eterna
Em meu coração [viveria em catarse]
- Ela não sabe o quanto ela me enfeitiça,
O quanto ela me transforma num vulcão;
Em lava, em erupção... -).

Então comecei a falar de mim;
Dava um tempo na minha fala
E fazia uma pergunta sobre ela,
Ela respondia e sorria;
Respondia laconicamente.
E eu perguntava mais,
E ela sorria e respondia;
Respondia concisamente.
E eu falava de mim e ela me olhava,
E eu novamente dizia, fala-me de você,
Ela sorria e dizia, "fico sem jeito".

Ela estava por demais rubra.
Rimos...
- A sua timidez, o seu rubor, a sua meiguice,
Deixava-a ainda mais encantadora!
A sua timidez, o seu rubor, a sua meiguice,
Deixava-me com vontade de devorá-la;
De amá-la profundamente,
Fazendo-a Mulher;
Mulher por Inteira...

E falei de mim dizendo dela;
Como eu gosto de você!!
Você está com o cabelo tão bonito!!...
Assim... de trança, parece uma Índia americana!
- E tinha eu vontade de abraçá-la
E cair de beijos no seu rosto,
No seu corpo lindo que corre no meu sangue;
Vontade. Ânsia. Desejo de Amar Todo Aquele Corpo -.
Gosto das suas sobrancelhas,
Dos seus olhos; meigos, serenos...
Acho você muito bonita!!...
- Meu Deus!!... Como pode?!... -
De verdade...
Gosto muito de você!!!
- E quero que dos seus olhos meigos, serenos,
Saiam labaredas de fogo incendiados
Pelo meu Amor,
Pelo meu Anelo,
Pelo meu Zelo de não vê-la fingir com um gelo no coração,
Mas sim, sentir o prazer do orgasmo,
Do gozo celestial num êxtase transcendental
Ardente em explosão; alucinação... delírio... paixão...
(Quero ver os seus olhos, em êxtase,
Como um anjo a descer dos céus,
Voltarem à serenidade,
À serenidade de sentir-se fêmea no corpo
E menina na alma...
À serenidade de sentir-se agasalhada
E protegida e cuidada...
À serenidade de sentir-se Desejada
E Amada
E Saciada no seu existir) -.

Ela nervosa, ruborizava-se, sorria, abaixava os olhos, levantava-os
Num olhar de acanhamento, recato;
Embaraço.
Sorríamos.
- Quero tirar a sua capa de menina pudica
E encher você de Amor
Até que você amoleça.
Assim... Uma Mulher Plena...

Gosto muito de você!!!
É... É uma coisa muito louca...
Não sei... É um Amor...
É uma coisa quase doente...
Uma coisa que transcende...
Não sei explicar.
[...]
Preocupo-me com você...
Quero cuidar de você.
Você está bem?
Estou sendo demais?
Estou a atrapalhando?
Por favor, diga-me...
- Ela, com o cotovelo apoiado no joelho
E a mão na face direita, sorria... rubra...
E balançava a cabeça em negativa - 
Eu continuava:
Sinto o seu cheiro de longe...
Verdade; você tem um cheiro único,
Um cheiro cósmico que me impregna à distância;
Os meus sentidos parecem sempre estar
Ligados em você,
Pois que penso em você vinte e quatro horas;
Sinto quando você está alegre,
Sinto quando você está triste...
Sinto quando você triste, ou cansada, finge um sorriso;
Sinto você.

Agora ela me olha firme, séria,
Creio que a pensar, "meu Deus, esse cara é louco
Ou eu estou louca?",
Não sei...
Talvez mesmo ela estivesse me chamando de "babaca!"
Não sei...
- E se estivesse me chamando de "babaca", de "sem noção",
Nada disso mudaria o Carinho, o Amor,
A Paixão que tenho por ela.
(Acredito que todos que Amam têm um lado "babaca",
Daí a palavra basbaque, embasbacado.
Babaquice é aquela coisa gostosa de sentir
O Amor...
- A fêmea, a mulher, a menina
Que entorpece o seu coração... o seu sentir...
A eclosão de algo dentro de você) -.

Tudo o que tenho por ela
É demasiadamente grande;
Às vezes fico confuso e meio que perdido...
Mas também não quero saber muito de mim;
FODA-SE...
Só sei que tenho um Carinho, um Amor,
Uma Paixão, uma Sede muito grande por ela
- Gostaria, nesse momento, 
De dizer-lhe assim:
Você rouba os meus sentidos, mata-me de desejo,
Alucina-me de Paixão!... Uma Paixão Escomunal.

Em mim, dentro de mim,
Seja o que for...
O que eu vier a sofrer ou não;
Pouco me importa...
Sou um cão...
- FODA-SE... -
Sou Um Cão.
[...]

Preocupo-me com ela;
Sim... com ela;
Preocupo-me inteiramente com ela
- Para ela, quero o Éden -;
Não quero nada sofrido ou atordoante para ela;
Para ela quero o Amor, a Paz, a Serenidade, o Prazer, a Vida
(Que ela não tenha a mim - se ela não quiser - nunca; jamais -
Mas que tenha a sua Santificada Vida
- E eu serei feliz por tê-la feliz)!!

O meu coração pulsava forte!
Olhei o seu rosto; lindo!!
Sem igual!!
Tive vontade de acariciá-lo,
De, com a minha mão, afastar uma mecha de cabelo
Que se desprendia e caía no seu rosto.
Ela a afastou suavemente com a sua encantadora mão.
Tive vontade... Muita vontade de beijá-la,
De afastar aquela mecha pendente
Com a minha língua,
E com a minha língua lamber todo o seu rosto.
[...]
Meu Deus...

Meu Deus...
Como suas mãos são lindas!...
Como suas mãos são lindas!...
- Um impulso me faz levemente tocar na mão dela;
Ela, com muita elegância e discrição,
Puxa suavemente a sua...
Eu digo, deixa-me ver a sua mão...
Ela é linda!!...
Ela, com muito acanho, estende-me a mão retraída,
Toco-a ligeiramente,
Mas queria segurá-la com delicadeza
E com carinho trazê-la ao meu peito
E beijá-la... beijá-la... beijá-la... -
... Como suas mãos são lindas!...
Ela me sorri e diz, "obrigada".
Nunca vi os seus pés...
- E olho para eles
(Embora calçados)
E quando abaixo a cabeça vejo parte
Dos seus seios que com muita pudicícia 
Brota da sua blusa...
Que coisa linda!!...
Que loucura!!...
- Abissal!!!... - 
Que cor!...
Que higidez!...
Que perfeição!...
A minha cabeça se agita...
O meu corpo se agita...
A minha alma se agita...
Finjo não ver os seus exuberantes seios para não constrangê-la,
Mas a minha vontade é de apalpá-los
E acariciá-los com os meus lábios
E dela tirar o mais suave,
O mais gostoso,
O mais prazeroso
Dos gemidos;
Gemidos de quem é amada;
Saciada no corpo, na alma;
Saciada nos arroubos de mulher;
Saciada nos sonhos de menina;
Saciada. Inteiramente Amada.
Queria agora tê-la entregue
Ao mais profundo dos prazeres... -
Nunca vi os seus pés...
Mas sei que eles são igualmente belos
Como suas mãos
(Eu os beijaria, os lamberia, os morderia
E depositária neles o sumo do meu Amor)!
Você tem um andar
Que nenhuma mulher tem;
Elegante. Gracioso. Charmoso. Sedutor...
Andar de Fêmea-Menina.
- Ela me olhava
(Eu pensava:
Um andar sensual;
Carregado de um erotismo ímpar)
Com certo espanto
E dizia, "obrigada".
Acho você muito bonita!!...
Você é linda!!...
Linda!!...
(Quando eu penso, vejo e falo dessa beleza,
Eu tenho um estado luminoso de prazer) -.

Fala-me de você...
Eu disse.

Ela, nervosa, ruborizava-se, sorria, abaixava os olhos, levantava-os
Num olhar de acanhamento, recato.
Sorrimos.
- Eu daria o mundo para
Cheirar. Acariciar. Beijar. Lamber. Mordiscar
O seu rosto
(Todo o seu corpo;
O seu corpo inteiro;
E sentir você sentindo-se uma Fêmea Amada) -.


Ruborizada,
Esfregando as mãos,
Ela dizia, "fico sem jeito..."
E sorria...

Então eu disse,
Não quero ser demais...
Não quero tomar mais do seu tempo...
Tenha certeza:
Gosto muito de você!!...
É Amor, mesmo...
É AMOR!!

(Senti o meu coração acelerar.
Ela ficou mais ruborizada ainda,
Sentadinha, estática,
A me olhar).

Houve um curto silêncio.
Olhávamos um para o outro;
Olhos fixados sem piscar,
Mas por um ínfimo tempo.

Vou deixá-la...
- Mas eu não queria ir...
Queria ficar ali a olhá-la,
Com o meu desejo reprimido,
Mas ficar -
Você precisa fazer suas coisas, disse eu,
Eu preciso ir...
- Mas eu não queria ir...
Queria ficar ali sentindo o seu cheiro,
Com o meu desejo a estourar...
Mas ficar - 
Cuide-se bem,
Esteja bem, disse eu,
Estarei - sempre - pensando em você...
"Obrigada", disse ela.

Sorrimos.

Levantei-me.
Apertei suas mãos.
Dei um beijo carinhoso em seu rosto.
Sorrimos olhando brandamente nos olhos.
Afastei-me devagar
E fui embora.

E fui embora
Com o sangue em desespero
Com o corpo túrgido concupiscente
Por inteiro.