sábado, 30 de janeiro de 2016

"Velho é o Caralho!", Poema que terminei de escrever em 29 de janeiro de 2016 para o meu Amigo Andriev Wójczyk, pintor polonês de Estilo Impressionista, que levou um tiro no ombro aos 81 anos de idade quando saía às duas horas da madrugada de um hotel meia-boca no centro de São Paulo com uma funkeira de 24 anos. Eles se desentenderam e ela atirou nele. Andriev mora hoje em Barranquilla, Colômbia. Essa semana recebi uma foto dele abraçado com uma porto-riquenha, ambos fantasiados de marinheiro, numa festa de Carnaval.

Velho é o Caralho!


Velho é o caralho!
Não estou velho, não!
Velho porra nenhuma!
Por que você me diz isso?
Por que esqueci algumas palavras enquanto conversávamos?
Esqueci, sim!
Esqueci porque estava pensando numa mulher que amei,
Que me deliciei,
Que me entreguei...
E ela me disse que estava apaixonada...
E eu lhe disse que a amava...
Ficamos empates; pensei.
Mas a sua paixão começou a me consumir,
Foi-me tolhendo a liberdade.
Fiquei preocupado...
Eu quis de ela fugir,
Ela se desesperou e me deu dois tiros,
Um pegou
No meu ombro esquerdo,
Ela queria me matar;
Atirou pra pegar
No coração;
A outra bala se perdeu no ar.
O meu amor foi apagado por sua doideira e sua paixão;
Por mim?
Não...
Não nasci ontem...
Dei-lhe prazer, sim...
Mas ela queria mais que a mim,
O meu cifrão.
Foi um horror!
Saí às carreiras...
Ela querer a minha pica, tudo bem...
Querer o meu dinheiro, também;
Aliás, era o que ela queria,
Disso eu sabia,
Como já disse,
Mas querer levar-me inteiro?!...
Ah!... Aí, não...
Não...
Não estou doido,
Não estou descarrilado;
Estou com inteira e perfeita razão;
No cu dela!!...
Não posso... Não sou aloprado;
Posso ser doidão...
Otário, não!
Sou da vida...
Nasci para o mundo.
Eu disse que a amava,
Mas não a queria apaixonada...
Queria foder com ela...
Rir e beber e fumar e vadiar
Rompendo a vida sem hora
Dia ou destino...
Vivendo sem demora!
Eu pensava nisso,
Por isso não me veio a palavra;
Perdi-me no pensamento...
Coisa do momento...

Velho!...
Velho é o caralho!

Esqueci algumas palavras porque eu pensava nessa mulher que amei.
Esqueci a palavra e na conversa me embolei
Porque eu estava com o cu cheio de vodca, também;
O globo estava a mil...
Velho!...
Velho é o caralho!
À puta que o pariu!...

Porra... Não esqueci a palavra porque estou velho,
Esqueci, pelo contrário, porque estou vivo pra caralho;
Tão vivo como uma monstruosa pica em pé!
Hahahahahahahaha!!...
Quer ver?!...
Olha!!
Olha como ela está só de numa vagaba pensar...
Hahahahahahahaha!!...
Como é que não vou esquecer uma palavra?
Tenho que esquecer...
Você também esqueceria,
Lembrando-se de umas trepadas sanhosas;
Claro que da vida se distrairia...
Velho é o caralho!

Não estou velho, não!
Velho é a puta que pariu!...
Vou viver pra caralho, me'irmão...
Vou passar dos cem anos dando, pelo menos, uma trepada por semana!
Vou passar dos cem anos cantando e dançando um bolero;
Dois pra lá, dois pra cá,
Pintando,
Bebendo rum
E dançando uma rumba no Caribe.
Quem sabe in love?
Curtindo uma rumbeira
E namorando uma puta
Com direito a mandar flores pra ela e o caralho a quatro!

Velho é o caralho!
Vou passar dos cem...
Viver pra caralho...
Bebendo uma vodca... uma cachaça... uma tequila,
E até, quem sabe, fumando um baseado,
Cheirando uma farinha
o que vier.
Não estou de papo, não,
Não é conversa de mané... É sério!...
Não falo isso porque tenho medo da morte; em absoluto;
Quero que se foda...
Falo isso porque nunca vou adoecer;
Tenho pavor de doença!
Não nego que já sofri, é verdade!
Mas sofri por paixão...
Sofri por conta de uma puta,
Por quem eu estava apaixonado
E ela me meteu um corno com o seu ex; um cafetão!
Fiquei louco;
Tão louco que pensei que nunca mais eu fosse ter tesão;
Babaquice...
Internaram-me numa daquelas enfermarias...
A minha loucura passou com dois dias de internação;
Comi a enfermeira padrão,
Uma mulher que nunca imaginava comer:
Jovem, bonita, olhos claros, peitões, bundão;
Gostosa pra cacete... Muito gostosa!
Fogosa!!... Carinhosa!!...
Noivinha; de aliança no dedinho e tudo...
Lisa como o quiabo;
O noivo, coitado, um cornudo!
Aquela?!... Porra... Enganava até o Diabo!
Chamava-me de Velho Puto.
Quando gozava ficava molinha... largada... sonolenta...
Gozava e me dizia:
Velho Puto, quando eu me casar você vai ser o meu padrinho,
E gargalhava com cinismo;
Depois que nos recompúnhamos,
Beijávamo-nos em desespero, e,
Logo em seguida, ela me dava um puta tapa na cara;
Uma porrada tão forte que eu ficava com a cara marcada.
Dava um puta tapa na cara e me dizia:
Velho Puto Canalha...
A minha doença já havia acabado fazia tempo,
Mas eu me mantinha doente pra continuar internado e fodê-la
Noite sim, noite não,
Em seu plantão.
Foi minha única doença:
Bucetite Mental Infectad Aguda Grave!
Hahahahahahahaha!!...

Mas doença, não!
Sou forte como uma viga!
E quando eu morrer,
Será de repente: pá-pum!
Assim... Estava fodendo e pá: morri.
Hahahahahahahaha!!...
Quando eu morrer,
Quero morrer comendo uma mulher gostosa;
Tipo a minha funkeira
Ou minha enfermeira
Ou mesmo a rumbeira que logo terei!
Mas não vou morrer de bobeira...
Disso eu sei.
Eu, com mais de cem!
Ela... Não importa que tenha 20, 40 ou 60,
Desde que seja gostosa e fogosa,
Está valendo; está tudo certo.

Não estou velho, não!
Velho porra nenhuma!
Velho é o caralho!
Vou passar dos cem anos...

Mês que vem vou pra Colômbia,
Passar o Carnaval fantasiado de marinheiro,
Ela, de marinheira  ou de colombina!
Hahahahahahahaha!!...
Talvez eu fique por lá...
Vou passar dos cem anos
Dando uma trepada em cada esquina!
Quando vejo uma fêmea gostosa, meu jovem,
Não tem jeito:
Ele empina!!!

Salve, Salve Vadiagem!!...
Velho é o caralho!



                                                                    Andreas Nora

8 comentários:

  1. Gostei muito, ri alto agora. Velho é o caralho...kkkk. Como sempre admirável na forma que escreve, pois conseguimos visualizar a situação quando lemos seus textos. Está de parabéns! Será que seria um abuso de minha parte pedir que escreva uma poesia para mim ou sobre mim??kkkk...se for esquece, apenas curiosidade de jornalista e apaixonada por literatura.

    Abraço meu amigo.

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  2. Andreas, sabe que adoro os seus textos! Este não podia ser diferente, irreverente e intenso, com aquela pitada e realidade que as vezes chegar a tirar o fôlego! Parabéns!
    Sucesso sempre!

    Bjs

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  3. Andreas, sabe que adoro os seus textos! Este não podia ser diferente, irreverente e intenso, com aquela pitada e realidade que as vezes chegar a tirar o fôlego! Parabéns!
    Sucesso sempre!

    Bjs

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  4. Parabéns por mais um poema, sou seu fâ. Adoro a realidade com que você trata os seus personagens.Tenho muita vontade de conhecê-lo pessoalmente. Já li e reli os seus quatro livros e ansioso espero o quinto.

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  5. Michelle Souza,
    Fico muito contente com o seu comentário.
    O seu pedido não é nenhum abuso, ao contrário, envaidece-me (no melhor sentido) e me deixa muito honrado por receber essa consideração de uma Amiga e tão importante Jornalista. Um dia esse Poema estará aqui.
    Um grande abraço!

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  6. Livros da Beta,
    Roberta, sou muito grato a você pelo cuidado e dedicação com que você dispensa ao meu trabalho.
    A sua presença é um dos grandes estímulos que eu recebo para as teclas no deu computador estarem sempre se agitando.
    Abraço forte!

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  7. Pedro Lemos,
    Que prazer ler tais palavras!!
    Claro, logo nos conheceremos pessoalmente, o que é um orgulho para mim.
    Acredito que em agosto desse ano o quinto livro estará publicado, e ficarei imensamente feliz com a sua leitura, assim como foi com os anteriores.
    O meu sincero agradecimento!

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  8. Michelle Souza,
    Fiquei muito feliz com o seu comentário!
    Claro! A hora que "bater", sai o seu Conto, seu Poema!
    Muito obrigado pela consideração!
    Abraço Carinhoso!

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